MAIS UMA VEZ, CONGRESSO TENTA CASSAR NATAN DONADON.
Condenado e preso na Papuda, deputado
será o primeiro a ser julgado por voto aberto na Câmara.
Pela
primeira vez, deputados federais vão dizer abertamente, em uma sessão
da Câmara, se são favoráveis ou contrários à cassação do mandato de um
parlamentar condenado pela Justiça. Na próxima quarta-feira (12), eles
decidem, sem o escudo do voto secreto, o destino do deputado afastado Natan Donadon
(ex-PMDB-RO), condenado pelo desvio de recursos da Assembleia
Legislativa de Rondônia, que já teve o parecer pela cassação aprovado em
novembro pelo Conselho de Ética.
Para resolver problemas de imagem, a Câmara deve se empenhar em
cuidar do “caso Donadon”, detido na penitenciária da Papuda, em Brasília
desde 28 de junho do ano passado.
Pelo voto secreto, ele foi absolvido
em plenário pelos colegas em agosto do ano passado.
Tornou-se o primeiro
deputado federal presidiário do país desde 1974.
Até o início da
semana passada, Donadon teve a companhia do ex-presidente da Câmara João Paulo
Cunha (PT-SP), condenado por corrupção, lavagem de dinheiro e peculato
no mensalão.
Entretanto, João Paulo Cunha renunciou ao mandato dias depois para evitar
um processo de cassação, como já fizeram os ex-deputados Valdemar Costa
Neto (PR-SP), José Genoino (PT-SP) e Pedro Henry (PP-MT).
Esta será a segunda vez que o mandato de Donadon será julgado pelos
colegas. Em agosto, manteve o cargo porque o placar não alcançou 257
votos pela cassação. Foram 233 a favor e 131 contra. “Eu não desviei um
centavo”, afirmou ele em plenário aos colegas, antes de conseguir sair
impune da Câmara.
Com a apuração dos votos, um mal-estar tomou conta do plenário,
gerando uma reação favorável ao voto aberto, e, na mesma sessão, o
presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou que não
haveria mais votação secreta para decidir sobre o mandato de
parlamentares condenados.
Na época, o Congresso ainda não havia aprovado
a proposta de emenda à Constituição, conhecida como PEC do Voto Aberto,
que alterou a regra definitivamente desde o final do ano passado.
Henrique Alves também extinguiu os benefícios de Donadon, suspendendo o
pagamento de salário e o direito ao uso do gabinete e do apartamento
funcional, e convocou o suplente, Amir Lando (PMDB-RO), para assumir o
mandato.
Natan Donadon foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF)
a 13 anos de prisão por formação de quadrilha e pelo desvio de cerca de
R$ 8 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia.
congressoemfoco
Comentários