GUARDA MUNICIPAL DE SALVADOR, BA, COMEÇA A ATUAR COM ARMAS DE FOGO.
Após quinze
meses da assinatura de convênio entre a Prefeitura Municipal de
Salvador e a Polícia Federal, para permitir à Guarda Municipal da cidade
o porte de arma de fogo, a medida finalmente começa a ser implementada,
com o início do treinamento do efetivo para o manuseio dos
equipamentos.
A capacitação deverá durar até o final deste ano e, a
partir de janeiro de 2014, os primeiros guardas municipais da capital
baiana estarão nas ruas portanto armas.
Para
viabilizar a implantação, no último dia 14 foi publicado na imprensa
oficial do município o resumo de dois contratos visando à aquisição de
coletes, munição e espingardas calibre 12.
Além delas, a Guarda
Municipal também contará com armas leves de porte, as pistolas em
calibre .380.
Enquanto
um segmento de analistas critica a atuação da Guarda Municipal com
armas, outros defendem a medida. Um exemplo é o pesquisador em segurança
pública Fabricio Rebelo, que coordena
a ONG Movimento Viva Brasil na região Nordeste. Para Rebelo, não há
argumento sustentável que possa afastar a necessidade de que a
corporação atue com armas. "Infelizmente, os que criticam a medida o
fazem por fundamentos exclusivamente ideológicos, difundindo a cultura
de abominação às armas sem uma análise técnica de seus efeitos para a
segurança da sociedade", afirma.
Rebelo
chama a atenção para o fato de que os guardas que atuarão armados
receberão treinamento específico, incluindo avaliações psicológicas. "É
preciso deixar claro que não estamos falando de comprar um lote de
armas e simplesmente entregá-las aos guardas municipais, existe todo um
processo de treinamento e capacitação prévia para que o porte de arma
seja concedido, tanto técnica como psicologicamente", diz o pesquisador.
Sobre
a alegação de que a Guarda Municipal armada é uma desnaturação da
corporação, que assumiria feições policiais, o pesquisador é enfático: "isso
é uma criação de quem não compreende como funciona o sistema macro de
segurança pública de uma sociedade, do qual a guarda municipal é
integrante". E vai além: "temerário é sustentar que numa cidade
como Salvador, com os índices de criminalidade em crescente, inclusive
destacados internacionalmente, qualquer força que atue no sistema de
segurança pública o faça desarmada".
Ainda segundo Rebelo, a concessão de armas aos guardas municipais não representa risco de aumento da violência urbana. "Se
assim fosse, estaríamos dizendo que onde há mais polícia há mais
violência, o que é um completo absurdo. Além disso, guarda municipal
armada não é invenção de Salvador, ela já atua assim em diversas cidades
brasileiras e os resultados são invariavelmente positivos", conclui o pesquisador.
De
acordo com a Prefeitura da capital baiana, até 2015 todos os guardas
municipais estarão aptos ao manuseio de armas de fogo, o que inclui
treinamento junto à Polícia Militar do estado e à Secretaria Nacional de
Segurança Pública - SENASP.
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