COMISSÃO APROVA ORÇAMENTO IMPOSITIVO PARA EMENDAS PARLAMENTARES.
O Orçamento Impositivo é um dos compromissos de campanha do deputado Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN), para chegar à presidência da Câmara Federal. A proposta contraria orientação do governo e muda
radicalmente relações entre Executivo e Legislativo.
A matéria deveria ter sido submetida a votação em plenário nesta quarta-feira, 7, mas, a pedido do presidente da Câmara, que pretende arregimentar maior apoio à aprovação, será submetida à votação na sessão da próxima terça-feira, impreterivelmente, como ficou decidido pelo Plenário.
A PEC nº 565/06), ou PEC do Orçamento Impositivo, como está conhecida a matéria, torna obrigatória a execução das emendas parlamentares inseridas no Orçamento. Isso significa dizer que, com a aprovação, o governo federal fica obrigado a repassar todos os valores relativos às emendas dos parlamentares.
De acordo com a PEC 565/06, até 1% da receita corrente líquida do
país (R$ 6,75 bilhões) será obrigatoriamente destinado às emendas
apresentados ao orçamento por deputados federais e senadores.
Estima-se
que, com isso, cada congressista terá direito a destinar entre R$ 11
milhões e 12 milhões por ano às ações que considerar conveniente.
Atualmente, o Planalto não é obrigado a liberar o dinheiro, reservado
pelos parlamentares para atender suas bases eleitorais.
A votação da proposta desagrada ao governo, que
prefere liberar as emendas caso a caso. Desde a Constituição de 1988, que deu aos parlamentares o direito de
apresentar emendas orçamentárias com impacto financeiro, os sucessivos
governos repetem essa prática da liberação a conta-gotas.
Utiliza-se em
geral uma explicação econômica para o fato. A necessidade de ajustar os
repasses à efetiva disponibilidade de dinheiro ou a fatores da
conjuntura macroeconômica.
Mas, na realidade, o artifício sempre conferiu ao Executivo
notável poder político, por permitir que se condicione o pagamento da
despesa incluída no orçamento federal pelo parlamentar à sua fidelidade
ao Palácio do Planalto.
Por se
tratar de mudança na Constituição, a proposta precisa ser aprovada por
três quintos dos parlamentares em dois turnos em cada Casa. Na prática, é
necessário o apoio de 308 deputados e 49 senadores.
com dados do congresso em foco
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