DE AEROPORTO A CAMPO DE POUSO.
Se
depender das ações do governo do Estado, e realmente depende, o que é
lamentável, o ainda aeroporto Dix-Sept
Rosado, localizado no município de Mossoró, RN, em razão de inúmeras
irregularidades, vai continuar impedido de operar com voos noturnos, ou seja,
nenhuma aeronave pode decolar ou pousar no período compreendido entre o por e o
nascer do sol, ou quando o tempo apresentar visibilidade restrita.
Neste
aspecto, causa espécie, por exemplo, a diametral diferença no tocante à
operacionalização do aeroporto de Mossoró e do aeroporto do município de Pau
dos Ferros, RN, cidade encravada no auto oeste potiguar, que vive um momento de
desenvolvimento e necessita, obviamente, deste importante instrumento. Em Pau
dos Ferros, em caso de necessidade de pouso noturno, o seu aeroporto dispõe de
luzes de pista e Farol de Pouso em pleno funcionamento, tudo homologado pela
ANAC-Agência Nacional de Aviação Civil; já em Mossoró, diferentemente, se
houver necessidade de um atendimento de emergência que importe na utilização de
avião para locomoção, pasmem, o enfermo corre o sério risco de ir à óbito por
falta de socorro, principalmente se a ocorrência for no período noturno.
Nesse quadrante
propriamente, muito embora o aeroporto de Mossoró disponha de Luzes de pista, Farol e outros instrumentos,
em contrapartida enfrenta uma realidade brutal: o mau gerenciamento em plena consonância com a burocracia
convenientemente alimentada pela letargia estatal, são as principais causas
para, até presente data, não estarem tais equipamentos devidamente homologados
para a necessária operacionalidade.
Aninha-se à tal realidade, também, a
falta de segurança pela ausência de cercas de isolamento para a necessária
proteção, como forma de impedir, por exemplo, que uma aeronave, em pouso ou
decolagem, venha a se deparar com um animal na pista. Mesmo dispondo dos
equipamentos VOR e NDB, imprescindíveis para pouso por instrumento, estes
permanecem inoperantes, pelas mesmas razões.
No ano 2011, esteve no aeroporto
de Mossoró uma equipe de inspetores da ANAC e, como era de se esperar, constatou
uma series de irregularidades e, mediante circunstanciado relatório, concedeu
um prazo para a devida regularização, o que fora totalmente deixado ao oblívio
pelo governo do estado.
Recentemente, mais uma equipe da ANAC esteve no
aeroporto de Mossoró e realizou nova inspeção. Provavelmente esta equipe não
teve dificuldade alguma para a elaboração do relatório, como de praxe, uma vez
que todas as irregularidades, inclusive já detectadas em várias outras inspeções,
permanecem.
No entanto, especificamente sobre esta última inspeção, causa
espécie o fato de, até presente data, não ter sido emitido qualquer relatório,
encontrando-se as possíveis e prováveis conclusões totalmente encobertas pelo
manto do mistério e da incerteza.
Diante disso tudo, vivenciamos uma realidade
que o estado teima em tratar com indiferença: o aeroporto de Mossoró poderá ser fechado ou passar à categoria de Campo
de Pouso.
HERBERT MOTA
Comentários
Togo Ferrário.
Economista e especialista no óbvio ululante.