AEROPORTO DE MOSSORÓ, RN, PODERÁ ENCERRAR SUAS ARIVIDADES.


Embora quase que totalmente despercebido pela mídia e pela população, hoje e amanhã (18 e 19/06/2013) estará em nossa cidade uma equipe da ANAC – Agência Nacional de Aviação Civil, órgão regulador da aviação civil, com a missão de conferir metas de segurança a serem implantadas no aeroporto Dix-Sept Rosado, Mossoró, RN, lamentavelmente, não cumpridas pelo governo do Estado do Rio Grande do Norte. E este fato, é claro, causa uma enorme apreensão, principalmente nos poucos mossoroenses que tomaram conhecimento dessa realidade que poderá, consequentemente, culminar no encerramento das atividades do aeroporto de Mossoró, por tempo indeterminado.

De todos os problemas que incidem sobre o Aeroporto de Mossoró, o que mais tem repercutido, talvez por se constituir em algo indiscutivelmente notório, é exatamente a falta de segurança. Sim porque, não raro, aparecem animais na pista, isso em decorrência das cercas cortadas e/ou roubadas, situação esta que se verifica, também, em relação às lâmpadas de sinalização de alto custo, que são constantemente quebradas.

Do ponto de vista técnico, o nosso aeroporto é superior a muitos aeroportos cujas atividades operacionais estão bem acima de sua capacidade. A pista do aeroporto Dix-Sept Rosado que já teve dois mil (2.000) metros de comprimento, atualmente, por mais incrível que possa parecer, só dispõe de mil e duzentos (1.200) metros, considerados pela ANAC, para operações de pousos e decolagens.

Isso significa dizer que a categoria do aeroporto de Mossoró, que já foi para pousar aviões de grande porte, hoje está rebaixada para a categoria 2C, ou seja, só comporta pousos de aviões com até 24 metros de envergadura (distância entre as asas). Por essa razão, aviões das empresas Azul, Tam, Gol, por exemplo, não podem pousar em Mossoró.

Uma grave consequência decorrente das metas de segurança descumpridas pelo governo do Estado, é exatamente a proibição de pousos e decolagens por instrumento. E isso significa dizer que, não podem pousar ou decolar aviões à noite ou quando o tempo apresentar visibilidade restrita. Hoje, qualquer voo, seja UTI, militar ou do Governo, não pode ser realizado à noite.

Técnica e estrategicamente, o aeroporto de Mossoró, localizado de forma equidistante entre duas capitais, isto é, a cerca de 260 Km de Natal, RN e Fortaleza, CE, se constitui em importante base operacional da aviação brasileira, uma vez que além de contar com uma grande e competente equipe da Infraero, que atua no imprescindível apoio nas informações de rádio, meteorologia, etc., dispõe de uma antena tipo VOR, instrumento este que auxilia os voos nas aerovias superiores, onde acontecem os voos internacionais para toda a Europa.

O cúmulo do descaso chega ao seu ápice, entendo, quando se verifica, por exemplo, que há mais de três (3) anos o aeroporto de Mossoró dispões de um farol de pouso instalado e inoperante, pasmem, por falta de solução em documentações. Para se ter uma ideia da gravidade desse problema, se hoje estivesse funcionando referido equipamento, o aeroporto estaria operando pelo menos VFR noturno, o que daria condição para operações noturnas. Infelizmente, falta visão e/ou boa vontade das autoridades responsáveis pelo aeroporto de Mossoró.

Para dispormos de um aeroporto efetivamente atuante no seguimento da aviação comercial, entre outras ações, é necessário: 1º) uma pista de 2.000m (temos apenas 1.200m liberados no momento) ; 2º) uma área de escape de 400m em cada cabeceira (possuímos hoje apenas 50m); 3º) 150m livres nos dois lados da pista (temos apenas 50m de um lado e 70m do outro); 4º) uma estação de passageiros que seja compatível com o nível desejado para o pleno funcionamento.

Desta forma, pensar em aviação comercial sem atitudes que viabilizem o regular funcionamento do único aeroporto existente em Mossoró, se constitui em pura fantasia. Várias cidades do porte de Mossoró estão muitos anos à frente, a exemplo de Campina Grande, PB, que tem 3 voos comerciais diários; Juazeiro do Norte, CE, que tem 5 voos diários de empresas diferentes; Aracati, CE, cujo aeroporto é administrado pela Secretaria de Turismo do Estado, dispõe de uma grande e confortável estação de passageiros, além de ser um exemplo de estrutura fantástica para voos charter de turismo, e que a partir de julho/2013, estará inaugurado um centro de manutenção e vendas de aviões e helicópteros executivos da TAM para o Norte-Nordeste, com um investimento inicial de 40 milhões por parte do governo do estado do Ceará.

Desta forma, impõe-se a pergunta que não quer nem pode ser evitada: Mossoró, uma cidade estratégica, com cerca de 300 mil  habitantes, cuja pujança econômica dissemina inúmeros investimentos nas mais diversas áreas, a exemplo do petróleo e gás natural, sal marinho, fruticultura, construção civil, indústria, comércio, educação de excelência, etc., ainda assim não têm sido suficientemente capaz de sensibilizar quem tem o poder de decisão para viabilizar a estrutura propiciadora do seu efetivo crescimento. Por quê?


Comentários

Unknown disse…
eu acho uma vergonha .

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