MOSSORÓ: HORA DE REPENSAR O SEU FUTURO.*



Não carece o uso de qualquer recurso mais elaborado de retórica para explicar o papel integrador que a renda - o acesso a ela - desempenha dentro da sociedade moderna.

A abordagem que adotamos para aproximar os interesses mais significativos do povo de Mossoró, de um lado, das tendências da sociedade global, do outro; foi estabelecer como prioridade a promoção do acesso popular à renda como instrumento de integração dos mossoroenses à sociedade globalizada, posto que o sistema capitalista tem esse falha: é excludente! Todas as ações da administração municipal deve está voltada à geração de emprego e renda com o objetivo de anular esta falha e aproveitar de forma racional todas as nossas potencialidades e riquezas econômicas.

Para Mossoró entrar na rota do desenvolvimento, o ponto de partida é crescer e distribuir renda, criando oportunidade para que todos possam desenvolver o seu potencial e viver uma Mossoró mais justa e coesa do ponto de vista social.

O grande desafio que se apresenta hoje, é colocar o Poder Público Municipal como instrumento indutor, para transformar as potencialidades do município em desenvolvimento econômico e este em desenvolvimento social. Porque, se Mossoró produz riqueza, grande parte da população é pobre, e não dispõe dos meios para usufruir da riqueza e das oportunidades que a cidade cria.

Em síntese o desafio é transformar os cidadãos em atores econômicos e integrá-los a esse desenvolvimento que numa economia globalizada se propaga a partir de fontes e movimentos freqüentemente exógenos. Em outros termos, trata-se de garantir ao nosso povo a possibilidade de participar desse desenvolvimento, de competir por um posto de trabalho em condições de igualdade ou de poder criar o seu próprio emprego, harmonizando o crescimento econômico com equidade social e com a preservação ambiental.

É urgente a necessidade de se colocar em pauta a retomada do crescimento de Mossoró, sobretudo nos setores primário e secundário. 
A cristalização do nosso desenvolvimento dependerá da sensibilidade e vontade política do poder público e da classe empresarial e - obviamente - do papel das instituições de ensino superior existentes na cidade, nos labores da formação de técnicos, mão-de-obra especializada, investigações científicas e transferências tecnológicas. Só com a junção dessas forças será possível projetar Mossoró, não só na esfera estadual e regional, como também em nível nacional e internacional, pela sua destacada participação na produção nacional de frutos tropicais e na extração de recursos minerais, como: petróleo, calcário, sal, gesso e gás natural. A exploração desses recursos demonstra o potencial existente e justifica todo o esforço do seu caminhar para o desenvolvimento.

Como perspectiva para o futuro próximo, aponta-se a zona mossoroense como propícia ao desenvolvimento da indústria química, com a integração da cadeia produtiva dos setores salineiro e petrolífero; a exploração mineral (calcário, gipsita e argila); a fruticultura irrigada; a pecuária; a pisicultura e a carcinicultura; o agronegócio e a agroindústria integrada.

Na perspestiva de um salto qualitativo sem precedente na história de Mossoró - se faz necessário e urgente - que as forças vivas da comunidade se congreguem em termos de objetivos maiores: "aproveitar potencialidades e atenuar carências, que ainda são muitas".
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(*) Por Carlos Escóssia - economista e professor da UFERSA.

Comentários

Rui Nascimento disse…
Excelente texto.
Na minha humilde visão, Mossoró está deixando o “cavalo passar selado” em relação a utilização dos recursos naturais, pois não estamos sabendo aproveitar com eficiência as riquezas que a natureza nos presenteou. Digo isto baseado no que vejo em relação ao aproveitamento dessas riquezas, pois aos poucos estamos percebendo um esvaziamento cada vez mais crescente do setor petrolífero, uma vez que muitas empresas estão deixando nossa região, devido a queda acentuada da produção do chamado “ouro negro”, causando sérios problemas econômicos e sociais no setor.
A outrora potente fruticultura irrigada de nossa região dá claríssimos sinais de saturação, visto que tivemos num passado recente grandes empresas produzindo e distribuindo as mais diversas frutas para o Brasil e o para o mundo, tais como: MAISA, Frunorte, Nolem, Delmonte, Agrícola Famosa, Finobrasa, entre outras, e hoje restam poucas, pois a falta de incentivos e investimentos fez com que algumas falissem e outras mudassem para o vizinho Ceará, deixando o RN para trás em relação a esse setor da economia.
Temos ainda o setor salineiro, que ao longo dos anos padece das mais variados crises, sejam de causas naturais ou de fatores econômicos, tornando-a muitas vezes inviável economicamente, ela que já fora a galinha dos ovos de ouro da economia norteriograndense.
Observando isto, temos que abrir os olhos e rápido, pois apesar de cantada em prosa e verso, a “metrópole do futuro” tem aproveitado pouco para seu povo as benesses que as riquezas acima destacadas deveriam ter proporcionado. Somos sim, como diz o texto, uma cidade rica, mas de povo pobre, uma cidade de potencial acadêmico forte, mas com um povo sem cultura. Não se pode imaginar que com tantas oportunidades de ser uma potência econômica e social, subaproveitemos esse potencial.
É assim que vejo.

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