ARTIGO DA SEMANA.

SEU LIBÓRIO NÃO SE CONFORMA.
Por Rubens Coelho - jornalista - rubensfcoelho@hotmail.com
 
Como todos sabem seu Libório velho e rijo sertanejo, pequeno proprietário rural na Picada Um, é um amigo de longa data, não somente isso, o tenho como orientador e conselheiro político. Sua verve, não obstante como ele mesmo diz só ter o primário incompleto, o antigo terceiro ano do grupo escolar, é profundo conhecedor das coisas da vida, especialmente da política. Daí eu sempre procurá-lo quando tenho minhas angustias e dúvidas sobre assuntos que estão me incomodando.
 
Assim aconteceu, semana passada fui à sua fazenda que ele chama de sítio, quinhentos metros de frente por uma légua de fundos, margeando o Rio Mossoró. O encontrei desolado, a seca, o sol abrasador tinha destruído toda vegetação, o pequeno rebanho bovino que possuía poucas eram as rezes sobreviventes, o gado ovino tinha sido também atingido, morreram muitas cabeças e as que restaram estavam magricelas.
 
O velho agricultor estava triste com a situação, porém, altivo na luta pela sobrevivência da fazenda e dos animais restantes. Estava igualmente revoltado com o descaso dos governantes com o drama da seca que está assolando o sertão. – Ora amigo, apesar da propaganda, ainda não vi o azul de qualquer ajuda dos governos, seja municipal, estadual ou federal. Isso acontece com todos, meus vizinhos dizem a mesma coisa. Uma vez por semana vem um carro pipa trazer água para nós bebermos, cozinhar - e lavar algumas roupinhas, da sala gritou, dona Gertrudes esposa de seu Libório, que escutava a conversa. – Pois é, temos de regrar á água se não ela não dar para o gasto necessário até a chegada do caminhão pipa novamente. Uma vergonha, em pleno século vinte e um, ficar-se a depender desse tipo de assistencialismo. – As periódicas grandes estiagens no semiárido existem desde que o mundo é mundo, já era para se ter uma forma de convivência com o fenômeno natural, que não se pode evitar de acontecer. Mas não, tudo se repete quando as chuvas não vêm: a fome a sede prevalecem, o homem do campo migra ou tem de enfrentar as piores necessidades.
 
- O mais cruel dessa aflição, é ligarmos a televisão e vermos as notícias de corrupção de políticos, servidores públicos e empresários safados, surrupiando dinheiro do contribuinte sacrificado com uma carga tributária das mais alta do mundo. E, para completar o drama, a violência imperando. Uma guerra civil não reconhecida pelas autoridades, mas vivida pelo cidadão que sofre a insegurança e o medo. Se não bastasse ainda a temos a Copa do Mundo dos Larápios de 2014, que, no Rio Grande do Norte, está enterrando a governadora nas areias movediças da famigerada Arena das Dunas. Não posse me conformar com tanta canalhice.
  
Assim finalizou o velho guerreiro, seu desabafo na última conversa que tivemos.
 

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