PAPO FÚNEBRE
Por Rubens Coelho - jornalista - rubensfcoelho@hotmail.com
Estava à porta de um templo religioso conversando
com um amigo, sobre à morte, o assunto era pertinente, primeiro por ser o
Dia de Finados, 2 de novembro, depois por estarmos num velório de uma pessoa conhecida
do nosso círculo de amizade.
O falecido
tinha desencarnado com relativa pouca idade, 58 anos, estimulando a quem já
ultrapassou essa barreira, uma reflexão sobre a brevidade da vida e o mistério da morte. Por
que uns vão mais cedo e outros ficam mais tempo na terra? Por exemplo, Oscar Niemeyr com seus 104 anos e ainda dando conta de muitos recados! Ninguém
sabe, é um enigma pertencente a
Deus para nos mostrar que não somos nada
nesse mundo, sequer somos donos de
nossas próprias vidas como muitos pensam e proclamam.
O sábio Rei Salomão, diz em Eclesiastes 6.12
“Pois quem sabe o que é bom nesta vida para o homem, durante os poucos dias da
sua vaidade, os quais gasta como sombra? Quem declarará ao homem o que será
depois dele debaixo do sol?” Pois é, nada
sabemos. Temos apenas uma certeza, ninguém escapa da morte: o rico, o pobre, o famoso, o anônimo, o
branco o preto, o índio, o amarelo, enfim,
todos perecerão.
A maioria das pessoas
tem verdadeiro horror em falar da morte, como se assim pudesse evitá-la. Evidentemente, que
ninguém quer morrer, porém, quem acredita na vida eterna que nos é concedida por Deus, não
a teme. Em Romanos 6.23 está escrito: “Pois o salário do pecado é a morte, mas
o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus nosso Senhor.” Eis a
esperança.
A conversa
transcorria nesse diapasão, quando o amigo declarou que quando morresse, queria
ser cremado e as cinzas jogadas em algum lugar. Ponderei dizendo que não seria
de bom alvitre fazer isso, pois ele
estaria seguindo uma tradição
pertencente à Índia baseada na religião hinduísta onde os mortos são cremados e suas cinzas
jogadas no Rio Ganges. Nada tem a ver com nossos costumes ocidentais, além, do
mais, na minha opinião, seria uma
atitude egoísta cometida até depois da morte, pois a cremação privaria os
vermes de se alimentarem do seu corpo inanimado. Ser sepultado, ajudaria
àqueles seres viventes a continuarem sobrevivendo, pois por
mais repulsivos que achemos, são nossos irmãos na natureza como tudo que há na
terra. Assim sendo, provemos nossa generosidade mesmo depois de morto.
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