ARTIGO DA SEMANA.
CONTRADIÇÕES
(Por Rubens Coelho – jornalista - rubensfcoelho@hotmail.com)
Alguém já falou que a vida é
movida por contradições. Que tudo produz sua negação.
Assim por exemplo, a vida
pressupondo a morte como verdade absoluta, a beleza contrastando com a feiúra,
a ternura com a rudez, alegria versus a tristeza, o prazer a dor, o amor o
ódio, a verdade a mentira, o bem o mal, a humildade o orgulho, o destemor o
medo, a fidelidade à traição, a construção versus a destruição. São
contradições que se produzem e se reproduzem permanentemente e com as quais
convivemos durante toda nossa existência.
A dinâmica da natureza se baseia
nas contradições, elas são responsáveis pela evolução da vida e lhe dar
sentido. Basta observarmos algumas de suas manifestações, por exemplo: o fogo e
água, o calor e o frio, a floresta e o deserto, a montanha e a planície, a
terra e o mar.
As contradições estão inseridas
na sociedade e entre cada um de nós. Admiramos pessoas que se destacam por seus
méritos pessoais nas várias atividades. Estas são cortejadas e imitadas. E
ficamos mais abismados ainda se esses privilegiados se comportam com
simplicidade e não exorbitam de sua posição. Enquanto outros tentam ou querem
pertencer a uma escala social, cultural ou intelectual muito acima do que
realmente são capazes. Se auto consideram verdadeiras excelências, sumidades e
até gênios.Superestimam suas qualidades e virtudes o tempo todo, sejam
verdadeiras ou não. E chegam a ponto de na sua mediocridade e boçalidade
agressivas se irritarem com quem por algum motivo não reconhecer ou se
penitenciar diante sua falsa proeminência. São os eternos presunçosos
existentes em qualquer lugar.
Da gratidão surge a ingratidão,
que é o ato de esquecer ou menosprezar quem num determinado momento o ajudou em
algo, prestou-lhe algum favor e foi solidário na hora difícil. O pior é quando
o ingrato ainda tripudia sobre seu benfeitor. Isso ocorre freqüentemente e o
povo mordaz diz apropriadamente que o fulano que agiu dessa forma, “cuspiu no
prato que comeu”. Não há comportamento mais execrável e cruel do que a
ingratidão chega a ser desumano, mas é muito corriqueiro na sociedade.
Caro leitor, quando se tem
consciência das contradições existentes no ser, fica mais fácil de levar e
entender a vida.
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