ARTIGO DA SEMANA.


É MUITA FESTA E POUCO PÃO
(Por Rubens Coelho – jornalista - rubensfcoelho@hotmail.com)

É o que está acontecendo em Mossoró nas últimas administrações e agora também com o patrocínio do Estado falido, segundo avaliações dos próprios gestores atuais, porém onde não falta dinheiro para publicidade e festanças.

Nem terminou direito a chamada Cidade Junina, um mês inteiro de ‘furdunços’, vem o 'Agosto Feliz', para quem? Para o governo do Estado, é claro, através da senhora Isaura Rosado, Secretaria Extraordinária da Cultura. Na sequência virão as comemorações do 30 de setembro, com o mega espetáculo ‘Auto da  Liberdade’ e por ai vai.

Enquanto isso a fome e a miséria imperam na periferia de Mossoró, onde uma população enorme tem uma vida sub humana, e, agora agravada pela expansão do tráfico e consumo das drogas, principalmente o Crak, a droga infernal que está destruindo famílias e devastando a juventude, uma  tragédia. O poder público ausente e sem política concreta para enfrentar esse drama social.  Fica, contudo, promovendo apenas o circo como elemento diversionista.

Na Roma Antiga, os imperadores pelo menos dava pão e circo para alienar o povo. Aqui não! apenas o circo. Quem quiser o pão, que vá roubar, assaltar e matar. As consequências disso tudo é a violência desenfreada. Setenta e quatro assassinatos somente este ano, superando em mortes violentas a muitas guerras que acontecem pelo mundo afora. Nesse chafurdo todo, a segurança do cidadão foi para o espaço. 

Nunca se viu uma situação dessas. Nem na época dos cangaceiros. Eles pelo menos atacavam em bandos armados e enfrentavam as vítimas abertamente, de caras limpas. Pessoas que também podiam estar armadas e enfrentá-los de igual para igual, como aconteceu em 1927 em Mossoró. Agora não, a bandidagem atua traiçoeiramente, elementos encobertos por capacetes para não serem reconhecidos. E o pior, tendo a certeza que suas vítimas estão desarmadas, porque o governo os obrigou a isso.  

Voltando à questão principal. A cidade tem muitas carências para serem supridas. Não somos contra festas, mas elas não podem ser o centro da preocupação de uma administração pública, enquanto existem necessidades mais imediatas. 

Portanto, as prioridades para a população mossoroense são as mais diversas, entre as quais a de transporte público de massa que é precaríssimo na cidade, forçando os munícipes quem podem, a circularem em veículos automotores, entupindo as ruas num trânsito congestionado. Sem se falar de grande contingente de ciclistas ou que andam a pé.

Nesse caos urbano, não pode haver qualidade de vida. Mas os governantes tentam mascarar  essa realidade aflitiva com festas e mais festas. Numa alegria, artificial e melancólica. É o que assistimos na atualidade.


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