ARTIGO DA SEMANA.


UTILITARISMO NA POLÍTICA
(Por Rubens Coelho - jornalista - rubensfcoelho@hotmail.com)

A teoria utilitarista surgiu com o filósofo e economista inglês, John Stuart Mill (1806-1873), cujo conceito primordial é o princípio pelo qual o sistema ético moral se baseia no resultado final. A filosofia utilitarista é um dos pilares ideológicos do sistema capitalista m contraposição a teoria da mais valia de Karl Marx em que o modo de produção no capitalista, resultava da exploração do homem pelo homem.

Ora, se o resultado final é o que importa, o meio para se chegar a esse fim, não é considerado. Pode-se tudo desde que se atinja o objetivo almejado. A famosa propaganda de cigarro feita pelo jogador Gerson: ”Devemos levar vantagem em tudo”, é um bom exemplo, embora, talvez feita de maneira inconsciente, da filosofia utilitarista. 

Outro exemplo interessante foi quando o ex-sindicalista Luís Antônio Medeiros, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e depois fundador da Força Sindical, desenvolveu a chamada; “política de resultado”, então fortemente combatida pelos sindicalistas da CUT, que a consideravam uma blasfêmia, odiosa atitude peleguista contra os trabalhadores, mas, depois animadamente absorveram os mesmos princípios, juntamente com as outras pelegas centrais sindicais.

O modelo filosófico de John Stuart, tem pautado a atuação dos partidos, e dos políticos brasileiros, sem exceção alguma. A ideologia dominante é a do utilitarismo. O alvo é o poder e para atingi-lo, não importa os métodos e os meios, o quem interessa é chegar lá. Se no percurso aconteça algo aética, logo será contornado, racionalizado e justificado, desde que não haja prejuízo para a meta traçada.

Nesse contexto, a coerência não existirá por se tratar de elemento inibidor das decisões tomadas. O cidadão comum, não afeito ao exercício político, não percebe a “mudança de cenário”, no dizer da ex-governadora Wilma de Faria. A paisagem muda, mas os figurinos são os mesmo. As diferentes táticas para ganhar o jogo, podem acontecer das mais diversas e surpreendentes maneiras, desde que, os fins sejam alcançados.

No processo eleitoral em curso, essa maneira de agir política, tem sido sistematicamente utilizada sem qualquer constrangimento, fazendo da política partidária, uma atividade sem regra e sem limite ético. Mas, não poderia ser diferente quando norteada pelo utilitarismo exacerbado, bem definido na frase, não sei de quem: “feio na política é perder eleição”. Com esse diapasão, o que importa é ganhar. Assim pensam os homens públicos utilitaristas que dominam a política brasileira.


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