ARTIGO.



A IDADE DA RAZÃO 
(Paulo Afonso Linhares - advogado, professor e empresário)
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Há exatos trinta e cinco anos Canindé Queiroz - secundado por Maria Emília e uma equipe de amigos e colaboradores - abraçou o desafio de criar e manter vivo um jornal que deveria ser um dos instrumentos que traduziria as complexas transformações econômicas e sociais iniciados na década de ´70 do século XX, tendo como centro dinâmico Mossoró  e a região quer polarizava: a Gazeta do Oeste. Contrariando a maioria das outras experiências voltadas à criação de veículos da imprensa escrita em Mossoró, a Gazeta nasceu como expressão vocacionada para ser uma das mais vibrantes “vozes” da região do Oeste potiguar e não apenas mais um jornal de Mossoró. Outra característica essencial que a Gazeta trouxe do berço foi a insistência com que tem, nestas mais de três décadas, enfatizado jornalisticamente o fato local, embora sem desprezar as grandes questões nacionais ou globais.
Ademais, gestou-se ao logo do tempo, entre altos e baixos mais do que naturais, a convicção de que o negócio primordial da Gazeta do Oeste não seria a mera distribuição de seus exemplares de papel aos assinantes e nas bancas, mas, a diuturna produção de informação de qualidade. Em contrapartida, a população retribui esse esforço conferindo-lhe os mais altos índices de aceitação, aferidos na maioria das pesquisas de opinião realizadas em Mossoró nas últimas décadas, cristalizando-se uma liderança inconteste no segmento de mídia impressa diária nesta região. Um belo sinal de amadurecimento. Enfim, a Gazeta do Oeste atinge a (sua) idade da razão quando completa seus trinta e cinco anos de existência.


Nessas três décadas e meia a humanidade vem experimentando uma revolução científico-tecnológica quem pôs em cheque importantes paradigmas nascidos à sombra do ideário iluminista. Um desses paradigmas apontava para o enorme vigor das mídias impressas, sobretudo dos tantos jornais que circulam no mundo. O surgimento de novas e inimagináveis mídias, a exemplo daquelas que ganharam existência com o advento da Internet, praticamente desmentiu aquela concepção: contemplam-se neste momento a transformação de muitos veículos de comunicação em jornais meramente virtuais, a exemplo do que ocorreu com o antes poderoso Jornal do Brasil, cuja edição é, atualmente, apenas eletrônica. A despeito disto, tem a Gazeta do Oeste se mantido como veículo de imprensa escrita, porém, utilizando todos os meios integrativos para ter, também, a sua versão na Internet (www.gazetadoeste.com.br), com a permanência de moderno portal de informações e serviços no ciberespaço.


A contribuição positiva que a Gazeta do Oeste tem dado a Mossoró e região, nestes trinta e cinco anos, é enorme e, por isto, difícil de ser medida. Afinal, o singelo sonho de Canindé Queiroz consolida-se como algo vigoroso e inarredável do cotidiano de Mossoró e região. Aliás, atualmente a Gazeta do Oeste não é apenas um veículo de informação e serviços, mas, igualmente, o estuário das expectativas de muitos cidadãos que batem à sua porta em busca de arrimo.


Gazeta do Oeste, uma presença ininterrupta de trinta e seis anos; os primeiros anos como semanário e mais de trinta anos como folha diária. E a enorme responsabilidade que é aquela de produzir, sempre e sempre, informação de qualidade num contexto de sociedade informacional, de globalização e da convivência com instituições democráticas cada vez mais atuantes, ademais da sobrelevação dos atributos da cidadania, a partir do respeito à dignidade da pessoa humana. Bem no espírito daquele pensamento do escritor Arthur Miller, segundo o qual “um bom jornal, penso eu, é uma nação falando consigo mesma”.  Parabéns, Gazeta do Oeste. Que viva por muitos anos!

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