ARTIGO DA SEMANA.

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COM  AS  CHUVAS  DE  MARÇO
(Por Rubens Coelho - jornalistarubnscoelho@hotmail.com)
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Vieram duas grande mudanças na paisagem humana do Brasil, ficou mais triste, duas figuras que embelezavam o horizonte cinzento do nosso país, desapareceram como por encanto. Parece até que combinaram a partida deixando milhões de seus admiradores entre os quais me incluiu, pelo país afora a ver navio. 

Estamos falando de Chico Anysio, falecido sexta-feira dia 23, e agora, quarta=feira passada, dia 27, ou seja, cinco dias depois, Milton Fernandes, conhecido como Milôr Fernandes, respectivamente, 82 e 88 anos de vidas frutíferas de encantamentos oferecidos aos seus semelhantes através dos maravilhosos dons artísticos que desenvolveram com tanta maestria. 

O humor que nos divertiu sem dúvida alguma, não será substituído, contrariando o conceito de que nada é insubstituível. É sim, Betowem, na música, Michelângelo, na escultura, Picasso na pintura, Charlie Chaplin no cinema, têm substituto? Não têm. Aparecem outros de grandes valores, mas, iguais nunca.

De modo que, os dois artistas desaparecidos, Chico Anysio, nascido em Maranguape no Ceará, Milôr, nascido Milton Fernandes, no bairro do Meyer no Rio de Janeiro, foram da mesma geração e se caracterizaram pelas críticas sutis, porém, ácidas contra os costumes, à sociedade e principalmente contra os governantes, especialmente na época da ditadura. Milôr através das páginas de o Pasquim e Chico Anysio por meio do seu programa numa emissora de televisão. Quem não se lembra de Chico Anysio Show, do quadro Salomé, a gaucha que enchia a paciência do irascível então presidente, João Batista Figueiredo, com perguntas e questionamentos contrários a seu governo? Chico e Milôr fizeram-nos rir em momentos de tristeza coletiva. Nós brasileiros somos-lhes muito grato por isso.

A morte é determinante em nossas vidas, começamos a morrer assim que nascemos, mas não nos acostumamos com ela. Há quem resista a essa fatalidade de maneira irracional, muitas vezes. Especialmente aquele que não acredita em outra vida depois da morte. Não creem em Deus. Para este, é uma tragédia. Mas certamente, Chico e Milôr não pensavam assim, pois fizeram humor, zombaram da morte. Eis o que disse Chico sobre o assunto: ”Não tenho medo da morte, tenho pena”. Milôr: “Esta é a verdade: a vida começa quando agente compreende que ela não dura muito”. É dele outra frase interessante: ” O cara só é sinceramente ateu quando está muito bem de saúde”.

O Brasil ficou menos alegre com a partida dos dois. É isso aí.


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