ARTIGO DA SEMANA.

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SEU LIBÓRIO ESTRESSADO
(Por Rubens Coelho – jornalista - rubensfcoelho@hotmail.com)

Semana passada, fui até ao sítio Cajarana, para uma boa prosa, com seu Libório da Picada Um, sobre os mais diversos assunto. E, ao mesmo tempo, aconselhar—me com o velho amigo, quanto aos dias atribulados que estamos vivendo. A comadre Gertrudes sua esposa e companheiro de mais de sessenta anos, quem me recebeu, foi logo dizendo que o marido estava neurastênico, o modernamente, inglesado, estress. - E cadê ele? - Tá no chiqueiro das ovelhas, fazendo um “serviço” num carneiro que é para o bicho engordar e ser matado em junho, quando meu fio Zequinha vier com a famia de São Paulo passar o São João com nóis. – Que bom dona Gertrudes, serei convidado para o banquete?- Ora, isso é pergunta que se faça cumpade...o cumpade num sabe que é de casa, que não precisa nem ser convidado para comer do nosso feijão na hora que quiser?- Obrigado, comadre. - De nada!...

Quando cheguei ao chiqueiro, seu Libório estava concluindo o “serviço”, terminando de castrar o carneiro. Quando me viu, levantou-se, com as mãos ensangüentadas segurando uma peixeira usada na castração. – Olá meu jovem, - é assim que me trata de vez em quando, apesar dos meus sessenta e lavai fumaça. - Por onde tem andado que nunca mais apareceu. – Homem, tenho andado um pouco ocupado, a correria do dia a dia. –É isso mesmo, essa vida corrida de vocês da cidade, não é mole. – Pois é... Como vão as coisas, seu Libório? – Rapaz, comigo e com minha família, vão bem à medida que Deus quer, mas se falarmos do mundo, este tá cada vez mais esculhambado. O desmantelo é grande. Mas como não podemos mudá-lo, vamos nos preocupar pelo menos com o nosso Brasil, que está num momento de grandeza econômica, socialmente melhorou e só não estar melhor porque a roubalheira é demais, as ratazanas que infestam todos os setores é de amargar. Em nosso Rio Grande do Norte e em Mossoró não é diferente. Virou rotina as notícias sobre ladroagem envolvendo políticos, gestores, empresários e pilantras de toda ordem. Espere um pouco deixe terminar de capar esse animal, para conversarmos mais sossegado. - Tudo bem, seu Libório, não tenho pressa. Passado alguns minutos, pegou um litro de creolina, derramou um pouco no escroto do carneiro, já sem os acessórios, para evitar infecção. Lavou as mãos e a peixeira numa bacia com água que estava sobre uma gamela.

Saímos em direção a sua casa, no percurso, ele me falou que estava extremamente aborrecido, perguntei-lhe a razão, respondeu-me que há anos espera receber um dinheiro do Estado, relativo a desapropriação de terras que ele tinha para as banda do Apodi, que foram desapropriadas devido a barragem de Santa Cruz, os tais precatórios, e, se sabe das bandalheiras havidas. Sua decepção maior era porque a coisa tinha acontecido nas barbas do poder judiciário. – Meu amigo com oitenta e dois anos, você acha que posso ficar esperando as coisas por muito tempo? Esse bando de corruptos embolsando o dinheiro da gente sem a menor compostura. – A comadre disse que o senhor andava neurastênico? Ora, e não para ficar mesmo, vendo tanta safadeza em todos os lugares? – O Senhor tem razão.

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