ARTIGO DA SEMANA.

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SEU LIBÓRIO UM HOMEM ADMIRÁVEL.
(Por Rubens Coelho - jornalista - rubensfcoelho@hotmail.com)

O feriadão desse final de semana nos deu a oportunidade, eu e a minha esposa de desfrutarmos a companhia dos velhos amigos, seu Libório da Picada Um e a comadre Dasdores, sua mulher. Ficamos arranchados na casa do proprietário da fazenda que mesmo tendo trezentos hectares o patriarca teima em chamar de sítio.

Em nossas conversas, tive a oportunidade de tirar uma curiosidade, o porquê de seu Libório insistir em chamar sua propriedade de sítio, se a extensão era bem maior do que se poderia dimensionar como sítio? A resposta foi inusitada, - ora meu amigo, comparando aos mil hectares da fazenda que pertenceu a meu pai, isso aqui é apenas uma nesga de terra. E, com a morte de meu pai, mamãe viúva com onze filhos menores, para criar, foi vendendo partes da propriedade herdada. Além do mais, cada um dos compradores, ia aumentando um tanto além do que tinham comprado. Mamãe uma mulher indefesa, sabia dessa safadeza dos compradores, mas para evitar confusão, deixava que acontecesse. A família sofria muita necessidade, às vezes faltava o comer em casa. Quando o inverno era bom, trabalhávamos na roça, tínhamos fartura e o alimento para alguns meses. Mas se as chuvas não vinham então o aperreio era grande. Meus irmãos logo que engrossaram o talo, seguiram seus rumos pelo mundo afora, arribaram para o Sul. Dos onze irmãos, só fiquei eu e Manuel, o Maneco. Foi quando resolvemos trabalhar para manter o resto da propriedade. Casei-me com Dasdores, aí ficamos todos morando aqui, incluindo mamãe e Maneco. Que morreu moço, solteiro, vítima da picada de uma cascavel de chocalho. 
– E sua mãe?
- Ah, ela viveu durante oitenta anos. 
– E seus irmãos? 
-Vixe, esses desapareceram no oco do mundo, nunca mais soubemos notícias deles desde o dia em que pegaram um pau-de-arara com destino ao Sul. Coitados, não sabiam escrever um ó com uma quenga, daí nem carta enviaram. Pois é meu amigo, essa é um pouco da minha história, nesse chão que me viu nascer, crescer e me verá morrer e ser enterrado em seu solo sagrado.

E a política seu Libório, alguma novidade? 
– Amigo, o que se diz novo, é muito velho no Rio Grande do Norte. Mudam-se a casca, mas o miolo é o mesmo. 
–Como assim?
- Ora, não está vendo que as velhas raposas que dominam o Estado há muito tempo,estão novamente se juntando para não dividirem o poder? Alves, Maia, Rosado, maquinam um acórdão para não permitirem que estranhos vulnerarem o mando deles. Todos que tentaram foram logo alijados: Cortez Pereira, Geraldo Melo, Wilma de Faria entre outros, e agora Robson Faria que se considerava forte por ser dono de um partido, ter o domínio sobre alguns deputados, pura ilusão, os ex-alados atraídos pelo canto da sereia governista trocaram de lado sem pestanejar.
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Num tem jeito, esse é o sistema que faz o nosso Estado permanecer politicamente estagnado. Então, no meu pensar, não há nada de novo na política potiguar.
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