ARTIGO EXCLUSIVO.

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UM ‘MACARRÃO’ NA VIDA DE CADA UM.
(Por Lúcia Rocha)*
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O goleiro Bruno, que envolveu-se com uma moça de programa - mãe de um filho que provavelmente seja dele - recorreu a um amigo, a quem tinha como empregado, assessor, enfim, alguém que resolvia tudo para ele, cujo apelido é Macarrão, para dar ‘sumiço’ na garota. Como todos sabem, de forma desastrada, que custou a sua carreira profissional.
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O caso faz-me lembrar quantos ‘Macarrão’ estão presentes na vida de celebridades, como artistas, atletas, executivos, políticos e gestores públicos.
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‘Macarrão’ é aquele amigo de infância que, com o decorrer do tempo e conforme o sucesso, torna-se babão e conselheiro ou alguém que aproxima-se de pessoas que ocupam lugar de destaque na sociedade, de preferência, numa função ou atividade pública, ganhando uma ocupação de ‘assessor’, um faz de tudo, sem nenhuma instrução, capacitação ou qualquer nível de profissionalismo para tal.
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Essas personalidades não estão nem ai para suas reputações e, consequentemente, que podem macular a imagem de instituições públicas, de empresas na área de entretenimento ou equipes esportivas, como é o caso de Bruno, goleiro do Flamengo, time de maior torcida no país.
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Quantas carreiras e talentos foram destruídos por falta de uma assessoria profissional, quando políticos, gestores públicos, artistas, atletas e executivos entregaram a amadores seu destino profissional e até pessoal, por falta de uma orientação adequada e embasada na realidade, por mais dura que possa ser, pensando no futuro. Quando na atividade pública, tornam-se vitrines para a mídia, mas não se dão conta disso. Expõem-se ou tomam atitudes antipáticas ou antiéticas sem se darem conta que qualquer ato falho pode destruir uma reputação ou carreira em segundos, num piscar de olhos.
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Quem deixa de contratar um profissional e emprega um ‘amigo’ como o ‘Macarrão’ resolve o problema do amigo, que passa a ter um salário e até regalias, fruto de sua relação e influência com a personalidade.
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Mas quem vai resolver problemas futuros dessa personalidade quando estas surgirem?
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Há muito tempo, quando ainda empresariava, portanto, assessorava a apresentadora Xuxa, Marlene Mattos foi criticada durante uma entrevista porque mantinha a artista sob vigilância constante. Marlene respondeu lucidamente: “Se Marilyn Monroe tivesse uma assessora, jamais teria se suicidado”, no que concordo. E essa afirmação de Marlene Mattos leva-nos a questionar até onde o assessor profissional pode adentrar em assuntos íntimos e até onde o assessor amador pode se envolver em assuntos profissionais de quem lhe contrata.
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Sem esquecer que para qualquer pessoa pública, não há vida privada. O que é público é privado e o que é privado é público. Há fome do público por tudo que signifique a intimidade alheia, especialmente de personalidades e os meios eletrônicos e as redes sociais são armadilhas à disposição da mídia.
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Por confiar seus problemas, conflitos, carreira e futuro a amigos como ‘Macarrão’, ‘Bola’, ‘Nenê’ e outros do mesmo nível - gente que desconhece até o significado de caráter - Bruno encerrou para sempre, não somente o sonho que acalentava de ser goleiro de nível internacional ou da Seleção Brasileira, mas toda sua reputação, deixando arranhada também a imagem de patrocinadores e do clube de futebol do qual era empregado e que havia lhe dado chance, quando ainda adolescente.
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Para você que exerce alguma atividade pública, direta ou indiretamente, fica a pergunta: você tem algum ‘Macarrão’ em sua vida? Tem alguém exercendo alguma atividade em seu gabinete, escritório ou empresa no nível de um ‘Macarrão’? Inclui-se ai também como ‘Macarrão’ a esposa, marido, cunhado, filho, filha, genro, nora, sogro, sogra e palpiteiros de plantão. Que trazem idéias, que a curtíssimo prazo podem se mostrar geniais, porém desastrosas a médio e longo prazo, com efeito negativo no futuro.
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Se a resposta for afirmativa, você tem alguém por um custo até baixo, porém sua carreira, reputação ou futuro profissional podem estar com os dias contados.
E isso custa muito caro: sua sobrevivência na vida pública.
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Trabalhar com profissional, com gente séria, força a personalidade a trabalhar com transparência. E quem não está disposto a isso, é gente que tem vida pública curta, seja em que área for.
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Se você não faz parte do time de personalidades, desconfie de quem não trabalha com profissionais, especialmente, se for um gestor público ou político. Porque é você quem paga o salário e a assessoria dele. E também dos ‘Macarrão’ da vida dele.
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(*) Lúcia Rocha é jornalista e cientista social - luciaro@uol.com.br
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