MORRE NILO SANTOS.

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Nilo Santos - Jornalista.

O ano era 1976/77, não me recordo bem, quando Socorro, professora da disciplina língua Portugues, da 6ª Série do Colégio Dom Bosco, após a chamada, disse: "como aula prática, dentro da matéria em discussão, no caso COMUNICAÇÃO, trago para debater com vocês o jornalista Nilo Santos.

Foi o meu primeiro contato com o grande Nilo. Depois disso, em 1983, quando ele fazia a cobertura jornalistica da Câmara Municipal de Mossoró, solidificamos a amizade que perdura até hoje...

Num dos últimos programas Cenário Político (TCM), que ele conduzia com maestria, ao término do programa que eu havia participado na condição de convidado/debatedor, entreguei-lhe uma caneta dizendo que era para ele ficar. Em cima e sem abrir mão de um sorriso, ele retrucou: vai me dizer que pretende ser candidato a algum cargo...

Na manhã de hoje (23) cruzando com o jornalista José Maria Alves, recebi a notícia: Herbert, o nosso amigo Nilo Santos, acabou de falecer. Em seguida Liguei para Dantas Júnior e, infelizmente, tive a confirmação.

Julierme Torres, uma espécie de discípulo do mestre Nilo Santos, postou no seu blog:

"AO MESTRE... COM CARINHO
Hoje, 23 de junho de 2010, foi um dia diferente. Acho que nunca estive tão nervoso, ao dar uma notícia. Anunciar a morte do companheiro Nilo Santos foi, em particular, difícil. Abrir o programa Cenário Político, na TV Cabo Mossoró (TCM), foi complicado. Acho que nem quando fiz a primeira matéria, ainda no jornal Gazeta do Oeste, estive tão nervoso.

Nilo era uma figura absolutamente singular. O "mestre", como era carinhosamente chamado por todos, conseguia reunir experiência, simplicidade, bom humor. Uma mistura difícil, principalmente nos dias de hoje.

Nunca tinha trabalhado com Nilo. Mas nas oportunidades em que conversamos, ele sempre tinha uma palavra de afago, de entusiasmo. Em tom da mais absoluta informalidade, mas com a autoridade de seus sei lá quantos anos de jornalismo, sempre dizia que jornalismo era paixão. Apontava o que não considerava correto, falava sobre alternativas para se exercer essa profissão em Mossoró, tendo opinião, respeito ao leitor e, principalmente, a si próprio.

Quando tive, finalmente, a oportunidade de trabalhar com Nilo, já estava um pouco mais maduro. Foi há pouco mais de dois anos. A TCM tinha o projeto de montar um programa político. Nilo sugeriu meu nome para compor a equipe. Foi um novo período de aprendizado. De muita sintonia e algumas divergências. Divergências pontuais e sempre superadas sem nunca estremecer a amizade e nem o respeito mútuo.

Lembro bem do dia da estréia do Cenário. Abril de 2008. Faltavam cinco minutos para o programa entrar no ar. Eu, louco da vida. Rodando de um lado para o outro e Nilo ainda nem tinha chegado. De repente, lá se vem aquela figuraça no corredor, ainda vestindo o paletó.

- Nilo, você quer acabar com meu juízo?, perguntei.

De pronto, ele respondeu: "Calma mestre. Pra que essa pressa? No final, dá tudo certo". E depois, foi como ele disse. Entramos no ar, e Nilo comandou o primeiro Cenário Político, com a experiência e tranquilidade. Esse era Nilo. Um leitor insaciável. Estudioso. Alguém que, advogado, funcionário de carreira da Justiça do Trabalho, fez questão de prestar vestibular e cursar a faculdade de jornalismo. Mesmo já tendo décadas de profissão e não tendo a necessidade de provar nada para ninguém.

Foi essa figura que perdemos hoje.

O jornalismo potiguar está, com certeza, mais pobre.

Nós, da TCM, perdemos um amigo.

Eu, além do amigo, perdi o mestre"
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