COMO É QUE MINEIRO ESCOLHE ADVOGADO

Alguém pede para Fernando Sabino que explique como é que mineiro escolhe advogado.
É simples:
- Imagine o doutor que eu comprei uma fazendinha, coisa de nada. Pois não é que o meu vizinho, que tem um fazendão, não veio criar pendenga comigo por causa de um pedacinho de terra à toa?
Comprei de papel passado, diz que meu terreno vai até o riacho além da cerca dele. Ele diz que aquele pedaço é dele, por usucapião, e está ocupado há mais de trinta anos, pode provar.
Plantou uma árvore lá quando chegou.
- Você tem escritura registrada, tudo direitinho, tudo em ordem?
- Tudo direitinho doutor, tudo em ordem.
- Então deixa comigo. A causa está ganha.
- E a árvore?
- Que árvore que nada.
Uma árvore não prova coisa alguma.
Ele agradece a vai saindo de fininho.
Parte para outro advogado, e a conversa se repete.
Assim, de advogado em advogado, acaba encontrando um que se recusa a aceitar a causa:
- Usucapião é coisa séria.
A posse do outro é que conta.
Ele pode provar, é fácil arranjar testemunha.
E tem a tal árvore que ele plantou há mais
de trinta anos. O senhor vai perder na certa.
- Então é o senhor mesmo que eu quero decide
o mineiro: eu sou o outro. O da árvore.

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