'VINTE E CINCO' É O ÚLTIMO GUERREIRO VIVO DO BANDO DE LAMPIÃO.
Recebi um e-mail dos especialista em "cangaço", Kidelmir Dantas e Geraldo Maia, que 'consertam' a matéria anteriormente postada, acerca da morte do ex-cangaceiro 'Candeeiro', não obstante tenha sido pinçada do Diário de Pernambuco.
Com razão os abnegados integrantes da SBEC - Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço. Candeeiro, que morreu ontem, 24 (veja matéria abaixo), não era o último dos cangaceiros do bando de Lampião.
O tema, por apaixonante, nos direciona a uma inevitável averiguação.
Na realidade, José Alves de Matos, conhecido como "Vinte e Cinco" é provavelmente o último
cangaceiro vivo. Ainda lúcido tem uma memória privilegiada e apesar
dos seus 97 anos de idade recebe sempre visitas em sua residência para
falar do seu tempo de cangaceiro.
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'Candeeiro', prof. Vilella de Garanhuns e 'Vinte e cinco' em foto de dezembro de 2011 |
José Alves de Matos nasceu em Paripiranga, Bahia, na fazenda Alagoinha.
Teve vários primos e sobrinhos com ele no cangaço, tais como: Santa
Cruz, Pavão, Chumbinho, Ventania e Azulão.
No dia que entrou para o
bando de Corisco o seu sobrinho Santa Cruz entrou no grupo de Mariano.
Vinte e Cinco discutiu com Dadá e saiu do grupo de Corisco para o grupo
de Lampião.
Quando da morte de Lampião, havia ido com os dois
irmãos Atividade e Velocidade buscar uns mosquetões e umas munições.
Vinte e Cinco vem de uma família numerosa, sendo oito irmãos e seis irmãs e depois seu pai casou novamente e nasceram mais cinco homens e três mulheres.
Quando acabou o cangaço e se entregou com alguns
companheiros em Poço Redondo, Sergipe, acabou ficando preso por quatro
anos em Maceió e dentro da cadeia começou a estudar, quando recebeu o
alvará de soltura conseguiu entrar no estado como Guarda Civil.
Quando o governador Ismar de
Góis Monteiro descobriu que ele havia sido cangaceiro convocou o
secretário de Justiça do Estado, o senhor Ari Pitombo e disse que não
podia ficar com ele na guarda pois ele havia sido cangaceiro, razão pela qual o
secretário procurou o chefe da guarda, o major Caboclinho e o major
disse que ele era entre os 38 guardas o melhor profissional que ele
tinha.
O Secretário resolveu fazer um concurso entre eles e José Alves
contratou duas professoras, esqueceu as festas e curtições e foi estudar
bastante o que lhe rendeu o primeiro lugar na primeira fase, na segunda
fase se classificou entre os melhores e quase foi reprovado na parte de
tiro, pois era acostumado com o Parabellun e teve que atirar com um 38,
só passando depois que atirou com o parabellun e acertou o alvo, depois
de duas sequencias de erros com a outra arma.
Hoje José alves de Matos é
aposentado como funcionário público estadual.
fonte:blogdejoãodesousalima
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