BRUNO BARRETO: DEZ ANOS DE JORNALISMO.


Parece que foi ontem. Não fazia nem uma semana que tinha deixado Natal para morar em Mossoró (ainda estava na escala em Areia Branca na casa de uma tia até alugar uma casa por aqui), nem tinham começado as aulas do curso de jornalismo e eu já estava na redação do O Mossoroense. Isso faz exatamente dez anos hoje.
 
Tinha 21 anos e a maturidade era uma meta muito distante. Fui muito bem recebido pelo então editor Emerson Linhares, pena que trabalhei pouco tempo com ele. Cheguei ao jornal querendo trabalhar com esportes. Essa era a minha meta desde o dia que decidi ser jornalista. Sempre fui (e ainda sou) apaixonado por futebol, mas o destino conspirou contra. Queria, como todo garoto, ser jogador. Só servia para jogar no gol, mas com 1,74 m e dez graus de miopia não tinha a menor chance. Restou o plano B: estudar. Sugeriram educação física, mas não tinha interesse nas matérias que precisava para passar num vestibular. Gostava mesmo era de história, geografia, literatura, etc... meu destino estava nas ciências humanas e no jornalismo, a única área das ciências humanas que me permitiria trabalhar com esportes.
 
O jornalismo estava na veia. Sou sobrinho de um dos grandes jornalistas de Natal: Emanoel Barreto, hoje professor de jornalismo na UFRN. Ele foi minha inspiração. Quando comuniquei minha escolha ele ficou muito feliz, mas em tom profético avisou: você vai trabalhar com política. No começo não via a ideia com simpatia, mas o destino sempre prega peças.
 
Voltando a minha chegada ao O Mossoroense. Os primeiros seis meses foram exclusivamente para aprender. Aprendi e muito com todos os editores com quem trabalhei. Concordei, discordei e briguei, mas sempre com o objetivo de fazer o melhor.
 
Também aprendi muito com os revisores. Se hoje escrevo algo minimamente compreensível devo aos conselhos, muitas vezes duros de ouvir, dados por Benjamim Linhares.
 
Se não tive a oportunidade de trabalhar ou ser aluno de meu tio, essa ausência foi preenchida por excelentes professores que tive na Uern. Cada um a seu modo teve a sua importância. Na prática, o meu professor não poderia ser melhor: Cid Augusto, nosso diretor de redação. Um jornalista que sempre prima pela técnica e pelo caminho correto de informar.
 
O mago da fotografia Luciano Léllys também foi uma pessoa importante nesse processo. Sempre serei grato pela ajuda com conselhos dados lá no comecinho e que permanecem até hoje.
 
Deixando as citações de lado, posso dizer que escolhi a profissão para a qual estava vocacionado. Não dá dinheiro e nem vai dar pelo caminho que escolhi. Sou ciente disso.
 
Quanto ao fato de ter ido parar no jornalismo político nem eu sei explicar, mas confesso que quando recebi o convite de Cid Augusto foi uma das maiores surpresas que tive na vida. Não achava que estava preparado, mas medo nunca foi uma palavra constante em meu vocabulário. Encarei o desafio e já vamos com sete anos nessa luta diária.
 
Escrever sobre política estava no meu destino. Quando criança gostava de ver o horário eleitoral. Que menino faz isso? Talvez influência de minha família, onde se falava bastante sobre o assunto. De 1989 para cá acompanhei várias campanhas mesmo sem entender muito bem o que estava acontecendo, mas muita coisa ficou na memória e isso me ajuda muito até hoje. Escrever sobre futebol acabou se tornando um “hobby” que exerço no Twitter nas horas vagas.
 
O jornalismo político me abriu portas. Levou-me ao Observador Político, um campeão de audiência em Mossoró. Primeiro, fiquei participando como interino ocasional durante seis anos até que começaram a surgir pedidos do próprio público para que eu ficasse em definitivo. Isso muito me honrou. Quando Lairinho Rosado, a quem agradeço a oportunidade, me convidou para ficar em definitivo no final do ano passado fez questão de frisar que foi a pedido do público que gostava das minhas participações. Isso muito me orgulha.
 
Também sou grato pela oportunidade de ter uma coluna para escrever minhas opiniões sem sofrer qualquer tipo de imposição. Opino sobre o que eu quero.
 
O jornalismo também me proporcionou a oportunidade de passar no concurso da Uern para uma das vagas de jornalista. Lá conheci gente da melhor qualidade e também tenho aprendido bastante.
O público tem um capítulo especial neste texto. Mantenho relação intensa com ele nas redes sociais. Respondo a todas as perguntas que me são feitas no Facebook, Twitter e e-mail. Gosto da interação. Acredito que isso faz a diferença.
 
Claro que tem gente que não gosta do que eu falo ou escrevo. Faz parte do regime democrático. Algumas críticas servem como aprendizado. Os xingamentos prefiro ignorar.
 
Enfim. Nunca fui tão feliz como nesses dez anos de Mossoró e de jornalismo. Fazer o que gosta é um privilégio de poucos. Faço com prazer todos os dias. Ser jornalista é a realização de um sonho. Que venham mais dez anos.
Fonte: O Mossoroense 
Por Bruno Barreto 
via blog de Carlos Escóssia

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