ARTIGO DA SEMANA.

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MIGALHAS DO PODER.
(Por Rubens Coelho - jornalista - rubensfcoelho@hotmail.com)

Um partido político, uma parte da população que se organiza, busca sempre o poder. A ciência política assim nos ensina. Mesmo que não consiga mantém essa estratégia enquanto existir, se não fosse, o PT não teria chegado ao poder, governando o país já por nove anos consecutivos.

Não é o poder, pelo poder em si, mas como meio de incrementar seus conceitos ideológicos, objetivos programáticos e metas político-administrativos, tendo como fim único servir ao povo. Em tese, é essa é a razão da existência de um partido político.

Quando, porém um partido político abdica da perspectiva de poder, por qualquer motivo, perde a razão de ser. Não é mais um partido para se transformar num clube social amorfo desligado dos interesses maiores da coletividade.

O quadro de amorfinamento do PT em Mossoró e no Rio Grande do Norte é visível em contradição aos avanços da sigla em todo país, antes e principalmente depois da vitória de Lula para presidente da República. Aqui aonde o partido chegou a eleger até dois vereadores à Câmara Municipal, no último pleito perdeu a única cadeira que detinha. Esse atraso tem muitas variantes, uma delas é a existência de quatro partidos (tendências), num só. Ora, um partido pequeno, sem inserção na massa e ainda se dando ao luxo de se digladiar internamente nem sempre por razões ideológicas essenciais, mas tão somente por migalhas do poder ou por interesses pessoais fisiológicos, fica muito difícil esse partido crescer. Aí algum petista pode dizer mas Fátima Bezerra do PT, foi a deputada federal mais votada no último pleito no RN. Certo, é um caso atípico, até hoje ninguém explicou o fenômeno dela ter tido tanto voto, enquanto Fernando Mineiro, quase não conseguir renovar seu mandato, entrando na rabeira. O mais lógico seria a federal ter arrastado com seus votos, não só Mineiro, mas também outros candidatos correligionários. O que houve? Trabalhou só para si? Como lidou com os prefeitos e chefes políticos do interior, na divisão dos votos entre ela e candidatos do DEM e outros partidos tidos como direita? Um dia a verdade virá à tona.

Mossoró teve a grande oportunidade de mudar o rumo da história, de desalojar ou pelo menos fragilizar os grupos políticos que dominam o poder na cidade há décadas. Josivan Barbosa e Rútilo Coelho estavam entrando no gosto do povo, era a novidade para as eleições de 2012. Contudo, a direção do PT mossoroense que havia assumido compromissos com ambos, por interesses subalternos, capitulou e os alijou do processo de maneira astuciosa e sem princípio, sob alegação de democracia interna, para recusarem a candidatura própria. É uma incongruência sem par dizer ser a posição de uma minoria como me falou um tradicional petista, não justifica, pois numa democracia verdadeira, a minoria se submete as decisões da maioria e não o contrário.

Portanto, a conclusão que se chega do episódio, é que o PT mossoroense, trocou a perspectiva de poder por carguinhos públicos, pelas migalhas do poder. Não dá para se pensar diferente.

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