MARIETA LIMA FAZ CEM ANOS E RECEBE HOMENAGEM.

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A artista plástica Marieta Lima (foto) faz parte da história das artes em Mossoró. Ao completar cem anos amanhã (12), Marieta será homenageada, na mesma data, a partir das 19h, ao lado do Clube Aceu, próximo à sua residência.
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Quem está à frente da homenagem é o também artista plástico, serígrafo, publicitário e professor Rogério Dias. Segundo ele, a homenagem vinha sendo pensada há dois anos, mas somente agora foi possível "organizar tudo, dentro do possível" para que a homenagem fosse feita. "Soube, através de uma filha de Marieta, que ela estava prestes a completar cem anos e sempre tive certa admiração pelo trabalho dela. Minha mãe também conviveu com Marieta, tendo aulas de arte com essa artista. Por esse e outros motivos é que acredito que esta homenagem é justa para com uma mulher que faz parte da história cultural da cidade", comenta Rogério.
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Ele destaca que vinha "fomentando a ideia, inclusive reclamando e cobrando do poder público um reconhecimento à altura de Marieta". "Como não tive respostas, resolvi fazer junto com amigos... então, no próximo dia 12, a partir das 19h, o artista plástico Marcelo Morais estará pintando um painel em homenagem à Marieta, com a imagem da artista numas das paredes do Aceu, gentilmente cedida pela reitoria da Uern", diz.
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De acordo com ele, a homenagem contará com a presença de artistas, poetas, escritores, atores e outros que fazem a cultura na cidade. "Convidei todas as categorias da arte, através da internet", destaca.
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A homenagem à Marieta Lima é apenas, segundo Rogério, uma forma simbólica de reconhecer o trabalho da artista. "Enquanto ela vive entre nós... muitos só homenageiam depois que a pessoa se vai. É errado. Além disso, os poderes constituídos sempre relegaram a arte à última categoria. Em Mossoró, por exemplo, não temos uma galeria de arte. O que temos é uma sala inadequada para receber uma exposição de arte. A Sala Joseph Boulier não atende aos requisitos básicos de uma galeria. Uma galeria é feita para servir ao artista com uma estrutura que possibilite o seu uso de diferentes maneiras", critica Rogério.
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Segundo ele, seria preciso - para mudar esse quadro das artes em Mossoró - pessoas comprometidas em dialogar - de forma séria - com os artistas locais. "E, além de tudo, se inteirar de como se constrói uma verdadeira galeria de arte", opina.
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Mas Rogério destaca que não é apenas o problema da arte local que o preocupa. "Em 13 de março do ano passado fomos expulsos de um logradouro público (Cobal) durante um recital de poesia... o Tarará também já passou por essa experiência. O poeta Concriz também. Enfim, depois tentaram remendar a coisa, mas não foi interessante. Com Concriz até deram uma banca de cordel ao poeta lá dentro", relembra.
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Para ele, a cidade precisa rever o tratamento para com os artistas e, principalmente, os formatos culturais de espetáculos e outros eventos. "O Auto da Liberdade começou com mais de 2000 artistas em cena, hoje não passam de 60 atores em cima de um palco de teatro", fala.
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Ele acredita, também, que o meio artístico ainda é muito disperso. "É algo quase natural. Eu, por exemplo, não pratico essa dispersão. Ao contrário, falo com todos de igual para igual. Mas, em todos os lugares a classe artística é dispersa. Se todos fossem unidos, na verdade, seria tudo diferente", reconhece. "Se os artistas, os poetas e os escritores em geral se unissem o movimento cultural seria mais forte. Às vezes me sinto isolado em Mossoró, mesmo com um trabalho em diversas áreas. Tive uma escola de datilografia que abriu mais de 3500 vagas... Muita gente estudava, também, através de bolsas que eu cedia... Algumas pessoas me encontram e me agradecem. No Chap Chap - outra grande experiência - o que me sobravam eram vales. Lá, realizei de tudo, de exposições a cantorias, de lançamentos de livros a desfiles de moda. Até culto ecumênico, acompanhado de um lançamento de um livro, aconteceu lá!", finaliza.
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