ARTIGO DA SEMANA.

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SÓCRATES E OS NORDESTINOS.
(Por Rubens Coelho - jornalista - rubensfcoelho@hotmailwww.jornalporanduba.com)
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Domingo passado, os brasileiros foram abalados com a triste notícia da morte do doutor Sócrates, o doutor do futebol, que tantas alegrias proporcionou aos aficionados do esporte das multidões. Especialmente a imensa nação corintiana pelo país afora. Mas não era só isso, a saudade é maior porque se tratava de um homem que foi completo na sua trajetória como cidadão. 
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O fato de ter se envolvido com o alcoolismo até ser vítima desse vício terrível, não diminui seu valor como ser humano que durante o auge da glória, ficou ao lado daqueles que lutavam por democracia e liberdade, colocou-se frontalmente contra a ditadura participando ativamente dos comícios pelas Diretas Já. Não foi um craque alienado e preocupado apenas em ganhar dinheiro e fama, como muitos fazem nos tempos atuais.

Mas o que tem a ver Sócrates e os nordestinos como sugere o título acima. Muita coisa, diga-se de passagem. Morei durantes muitos anos na capital paulistana e tinha a curiosidade de observar a vida e os costumes dos conterrâneos que lá chegavam e permaneciam. Buscava sempre me relacionar com eles e freqüentar os lugares onde podia encontrá-los. Nesses contatos freqüentes, percebi com o tempo, quais os primeiros desejos dos nordestinos comuns que chegavam em São Paulo, pelo menos nas décadas de 70 e 80 do século passado, arranjar logo um emprego, conhecer o estádio do Corinthians e freqüentar o bairro do Braz, verdadeira extensão do Nordeste na capital bandeirante. Lá matavam a saudade das terras de origem através dos cantadores de viola, emboladores, sanfoneiros que faziam ponto na praça e nos bares do bairro. Tinha até a casa de forró de Pedro Sertanejo, onde nas sextas-feiras e sábados, acontecia o verdadeiro forró pé de serra, com o dono da casa, tocando muito bem o seu fole de oito baixos. Osvaldinho do Acordeom, filho de Pedro, estava também sempre presente nas noitadas festivas, inclusive em algumas ocasiões acompanhado do seu amigo sanfoneiro e cantor Dominguinho.

São dois milhões e quinhentos mil nordestinos vivendo no Grande São Paulo, quase a população do RN que é pouco mais de três milhões de habitantes. Pois bem, esses “baianos”, como são chamados, em sua maioria absoluta é torcedora do glorioso Corinthians, alem do mais doutor Sócrates, ídolo da torcida, nasceu no Pará, mas sua família era originária de Messejana no Ceará, conseqüentemente, nordestina da gema.

Portanto, o grande Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, era um conterrâneo, brasileiro que honrou o seu povo. Ficará eternamente na memória de toda nossa gente.
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Comentários

Anônimo disse…
Caro amigo Rubens Coelho. Corroboro com suas sábias palavras. Quando trabalhei em Sampa, nos idos dos anos de 1980, senti exatamente o que você escreveu neste artigo. Andei muito pelo Braz, onde conheci muitos norte-riograndenses, principalmente de Marcelino Vieira, parentes do ex-companheiro do saudoso Banco de Mossoró, Edmilson Paiva. Bons tempos aqueles... Um forte abraço. Togo Ferrário.

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