MOSSORÓ VISTA POR UM JORNALISTA CEARENSE.

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Através de matéria do jornalista Sérgio de Sousa, publicada na edição de 1º de maio pretérito, do jornal Diário do Nordeste, de Fortaleza, CE (AQUI), a cidade de Mossoró, localizada a 270 quilômetros de Natal e 260 de Fortaleza, CE, polariza cerca de 50 municípios em um raio de 100 a 150 quilômetros.

O município, denominado de 'Leão do Nordeste', vem sendo centro de novos negócios no Estado, mas persistem problemas estruturais, como o fornecimento de água.Com ritmo de crescimento econômico que já supera a média do País, a cidade é uma das que mais cresce na região.

Na estrada, adentrando a área urbana, já se percebe a dinâmica: caminhões, em filas, vêm e vão. As indústrias, aos poucos, começam a tomar conta da caatinga como paisagem ao longo da BR 304. Chegamos a Mossoró, o "Leão do Nordeste", um dos municípios que mais crescem na região e que, como se pode observar mesmo em uma rápida passagem por lá, faz jus à sua corriqueira classificação de "a metrópole do futuro".

Com um crescimento anual da economia de 7,4%, quase o dobro da nacional, e um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 2,7 bilhões, nota-se que o futuro já é bem presente na cidade. Localizada a 270 quilômetros de Natal, Mossoró polariza cerca de 50 municípios em um raio de 100 a 150 quilômetros. Um fator próspero para a cidade é que ela reúne em si, e com vigor, os três setores econômicos: primário, secundário e terciário.

Commodities

A agricultura avança a passos largos, com os perímetros irrigados, colocando o Estado como um dos principais produtores do País. Daquelas terras, não se produz mais somente o sal, principal riqueza há muitos anos. Além deste, que é tido como o "ouro branco" da Cidade, Mossoró conseguiu encontrar o seu "ouro negro", com o petróleo, que jorra recursos, incentivando também o avanço de indústrias e do setor de serviços. Na ponta dessa cadeia, um comércio pulsante, incentivado pelo crescimento do emprego e da renda da população.

Emprego e renda

De janeiro a dezembro do ano passado, o município gerou 5.613 empregos de carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), um incremento de 12,5% em relação ao ano anterior.

Com isso, a cidade injetou cerca de R$ 5 milhões mensais na economia. A renda per capita avançou vertiginosamente, e hoje, na faixa média de R$ 11.500, é maior que a de Natal, capital do Estado.

Resultados promissores

Estudo divulgado em setembro do ano passado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra Mossoró entre as 20 futuras metrópoles do País, reforçando as perspectivas de uma cidade que vem sendo registrada em várias pesquisas com resultados bastante promissores. Como é o caso do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, que avalia o desempenho dos municípios com base na geração de emprego e renda e investimentos em saúde e educação. Nesse ranking, Mossoró aparece em quarto lugar do Nordeste, ficando atrás apenas de Natal, São Luís e Recife. Fazendo um recorte somente dos municípios interioranos da região, fica em primeiro lugar.
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Este panorama reforça a afirmação dada há alguns meses pelo presidente da Federação da Indústria do Estado do Rio Grande do Norte (Fiern), Flávio Azevedo, ao periódico local Correio da Tarde: "sempre disse que Mossoró é o motor do desenvolvimento do Rio Grande do Norte (...) Aqui está reunida a maioria das riquezas do Estado: calcário, sal, petróleo, castanha de caju, fruticultura".

O secretário de Desenvolvimento Econômico de Mossoró, Nilson Brasil, reforça o pensamento de Azevedo: "no quadrilátero Chapada do Apodi-Vale do Açu estão as maiores riquezas do Rio Grande do Norte: melhores solos, maior produção de frutas, maior concentração de minerais". E completa: "a Cidade está vivendo o seu melhor momento em 40 anos".

JUNTO COM AVANÇO
Novos investimentos, mas velhos problemas

Não seria por falta de notícias que os quatro jornais diários, que hoje circulam em Mossoró, deixariam de rodar. A cidade avança freneticamente, atraindo mais investimentos e, junto com isso, problemas também. Entre as novas empreitadas econômicas da cidade, estão os projetos de fabricação de cerâmicas, avançando para construir um polo na região.

Das 23 fábricas que se instalaram no Município nos últimos seis anos, destaca-se a Porcellanati, a maior indústria de revestimentos cerâmicos da América Latina, que se instalou por lá, em 2009, gerando cerca de mil empregos diretos e 2.000 indiretos. Com investimento de R$ 110 milhões, a indústria está atraindo outros investimentos na área, garante o secretário de Desenvolvimento Econômico, Nilson Brasil.

Cimenteiras

Ele destaca também a implantação da indústria cimenteira na localidade. "Já temos a Nassau, e agora vem a Votorantim e a Tupi. O grupo M. Dias Branco nos visitou e está pensando em uma cimenteira aqui também", informa Brasil.

Os dois novos investimentos somam recursos de cerca de R$ 450 milhões. A expectativa aponta que, quando todas as fábricas do Distrito Industrial estiverem em operação, a área estará gerando 10 mil empregos, entre diretos e indiretos.

Abastecimento de água

Contudo, enquanto o distrito industrial vai se expandindo, a população local ainda enfrenta um sério problema estrutural: a falta de abastecimento de água. Três dos mais populosos bairros da Cidade: Vingt-Rosado, Alto de São Manoel e Barrocas, sofrem com essa situação. Além disso, 48% do Município ainda não contam com saneamento básico. "Estamos fazendo outros 20% até 2012. Já o abastecimento de água é um gargalo. Mas vai chegar uma nova adutora, com água de Santa Cruz, em Apodi, que melhorará essa situação", aponta o secretário.
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Comentários

Hugo Leonardo disse…
Esse tipo de avaliação feita por pessoas de outros estados é bom para Mossoró, e para o RN, e o relato fora feito somente sobre potencial de crescimento e desenvolvimento econômico, e como negatividade sobre abastecimento d'água. Mas quando o comentário for feito sobre a violência desenfreada que tomou conta de Mossoró, aí a coisa pode ir para o lado negativo, que afasta muitas vezes outros tipos de investidores que contribuirão para que a cidade chegue a ser considerada um bom lugar pra se viver e trabalhar.

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