MAZINHO 'O SERESTEIRO' MORRE AOS 63 ANOS.

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Aldemar Maciel de LIma, MAZINHO, morreu ontem (9). Tinha 63 anos de idade. As complicações cardiovasculares que vinha enfrentando  a algum tempo seriam a causa. Creio que teve mais um complicador: a solidão. Mazinho morava sozinho numa vila localizada no bairro Paredões. Nos seus últimos momentos de vida, não teve a quem pedir ajuda.
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Contemporâneo de outro grande seresteiro mossoroense, Ferreira da Gazeta, que recentemente nos privou de sua presença física, Mazinho teve nos anos oitenta e noventa seu período de maior destaque na noite mossoroense. 
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Uma de suas marcas registradas era sempre a utilização do bordão 'BELÊÊÊÊÊZA', antes de iniciar as suas apresentações.
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Contou-me Ricardo Garcia que Mazinho teve uma moto sua roubada durante uma festa e, devido as dificuldades, demorou para adquirir outra. Conseguiu. Agora, uma moto 125 da marca Honda. 
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Dias depois, fez uma apresentação no clube O Extra e, mesmo preocupado, deixara a sua moto Honda estacionada na parte externa do clube. A certa altura da apresentação, uma pessoa aproximou-se do palco e gesticulou para mazinho como se estivesse pilotando uma moto e, em virtude do alto volume do som, disse-lhe quase que gritando: honnnnda!
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Sem perder um segundo, Mazinho parou o show, pulou do palco e correu para ver se a sua moto Honda havia sido roubada. Aliviado, foi interrompido pela pessoa que lhe disse: Mazinho, eu tava pedido para você cantar a música honda.
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Mazinho por ter a voz muito parecida com a do cantor Agnaldo Timóteo, era  considerado o 'Agnaldo Timóteo mossoroense'.
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Na noite de ontem, na festa de Santa Luzia, um outro grande seresteiro de Mossoró, Ilo de Souza, durante a apresentação da Banda H (pop rock), subiu ao palco e, emocionado, comunicou que Mazinho não mais estava entre nós. Em seguida, cantou a música que mais fora interpretada por Mazinho durante toda sua trajetória: 'Dona do meu mundo', imortalizada por Agnaldo Timóteo.
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Comentários

Marcos Filgueira disse…
Carissimo blogueiro por opção,

Sempre dou uma passada por este seu blog e por mais alguns da cidade. Desta vez deixo um comentário sobre o Mazinho. Conheci Mazinho na adolescência, ali pelos Paredões, numa época que tentava inutilmente aprender a tocar violão. Naquele tempo, o depois seresteiro, já era o nosso mestre. Eu ficava admirado com a facilidade dele e dificuldade minha no dedilhar as cordas do pinho. E, creia-me, já se exercitava em músicas de Agnaldo. Desisti, ele continuou. O tempo passou e como não sou da seresta, só há alguns poucos anos soube que o Mazinho, Agnaldo Timóteo mossoroens, era aquele que havia conhecido tempos atrás. É a minha geração. Vamos todos embora, mais nem sempre em boa hora. O destaque que você deu sobre a solidão do artista tornou a tristeza de sua morte ainda maior.
Abraços,
Marcos Filgueira
(http://kairos-minhashorasferiadas.blogspot.com/)
Herbert Mota disse…
Marcos Filgueira, caro amigo e irmão, pertinente o teu comentário acerca dessa figura ilustre do cancioneiro mossoroense. Infelizmente 'a fila tem que andar'... enquanto não chega a nossa vez, faz-se imprescindível preenchermos nossa existência com atitudes e gestos que dignifiquem a todos nós, indistintamente. Obrigado pelo comentário.

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